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Brasil sediou o primeiro Continental de Skyrunning da América do Sul

Nos dias 12 e 13 de julho, as montanhas paranaenses da região de Tijucas do Sul receberam a tradicional Ultramaratona dos Perdidos, que, neste ano, valeu como a primeira edição do Campeonato Sul Americano de Skyrunning, reunindo 530 atletas de seis seleções: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Bolívia e Venezuela.

Nos dias 12 e 13 de julho, as montanhas paranaenses da região de Tijucas do Sul receberam a tradicional Ultramaratona dos Perdidos, que, neste ano, valeu como a primeira edição do Campeonato Sul Americano de Skyrunning, reunindo 530 atletas de seis seleções: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Bolívia e Venezuela.

A competição foi disputada nas modalidades Sky (45 km e 2.900m+) e Ultra (80 km e 4.100m+) e teve a hegemonia dos atletas brasileiros, que se tornaram os primeiros campeões de Skyrunning da América do Sul. Na modalidade Ultra, os campeões, no masculino e feminino, foram Cleverson del Secchi, com o tempo de 10h09’59” e Maria Lúcia Zanetti, que concluiu em 12h46’54”.  Já na modalidade Sky, Rogério Silvestrin bateu seu próprio recorde por quase 12 minutos e foi o campeão, com o tempo de 04h49’49” e, no feminino, Letícia Saltori foi a campeã, com 06h09’30”.

Confira o pódio completo de cada modalidade do Sul Americano:

80 km – Masculino

1 – Cleverson del Secchi – Brasil – 10h09’59”

2 – Wellington Noronha – Brasil – 10h24’42”

3 – Luis Andrés Scollo – Peru – 10h59’37”

80 km – Feminino

1 – Maria Lúcia Zanetti – Brasil – 12h46’54”.

2 – Elizabete Dias do Prado – Brasil – 13h18’08”

3 – Claudia Nogueira – Brasil – 13h47’45”

45 km – Masculino

1 – Rogério Silvestrin – Brasil – 04h49’49”

2 – Chico Santos – Brasil – 05h12’12”

3 – José Virgínio de Morais – Brasil – 05h29’57”

45 km – Feminino

1 – Letícia Saltori – Brasil – 06h09’30”.

2 – Marylin Enriquez Jurado – Peru – 06h18’17”

3 – Jasieli Dalla Rosa – Brasil – 06h28’49”

De acordo com Ricardo Tourinho Beraldi, coordenador da prova, a competição atendeu às expectativas da organização. “Foi uma experiência muito boa poder ter sediado esse evento, pois tivemos que nos doar ainda mais para que o campeonato não fosse comprometido por falhas internas e externas, o que nos deu ainda mais know how”.

Segundo ele, a inclusão da prova como campeonato continental, sendo a primeira edição Sul Americana, representa um grande fortalecimento para o trail running, em especial o Skyrunning. “É motivador para os atletas e sempre ajuda a elevar o nível, inclusive dos eventos organizados”.

O campeonato continental é realizado de dois em dois anos, intercalado com o mundial da modalidade. Segundo Tourinho, o Brasil poderá sediar novamente o Sul Americano, mas a modalidade precisa atingir os outros países também que merecem este crescimento. “Nossa missão é fazer este intercâmbio com nossos atletas; correndo em outros países conhecemos novas culturas, experiências, terrenos e climas, o que, no final, vai sempre acumular para aquela experiência que o atleta precisa para adquirir sempre mais habilidade”, destaca.

O sucesso dessa primeira edição do Sul Americano foi tão grande, que gerou grande repercussão na mídia internacional especializada. “Isso foi incrível! Mas temos que agradecer a ISF Brasil, que fez um trabalho muito bom e conseguiu dar a notoriedade. Tivemos muitos fatores que, juntos, deram toda esta visibilidade”.

Um desses fatores, segundo o organizador, foi a boa vontade da equipe da ISF Internacional, que estava empolgada com o Continental, pois, para eles, era muito importante o Skyrunning saindo do âmbito europeu. Ele também citou a Revista Trail Running, que deu ótimo suporte, do engajamento de todos os atletas, não só das seleções que, por meio das mídias sociais, deram muita visibilidade positiva ao evento e muitos outros fatores. “E isso foi um passo importante. Esperamos colher frutos lá na frente”.

Apesar de ser uma competição continental, a presença de outros países foi relativamente baixa. Tourinho atribui a situação a alguns fatores. Segundo ele, uma das metas da organização era dar alojamento para as seleções com as refeições completas, no entanto, o Exército Brasileiro, a Polícia Militar e todos os outros lugares negaram apoio nesse sentido. “Isso foi um grande problema e a organização não tinha como bancar esse cenário ideal. Os países vizinhos da América do Sul também não estão em uma situação financeira boa, então não ter esses benefícios certamente fez com que muitos não viessem. Mas o fato é que, mesmo não sendo de uma seleção, o Continental era em disputa aberta entre todos os inscritos e aí sim senti falta de mais gente de fora, da Argentina principalmente, onde temos uma das grandes potências da América do Sul”.

Quando acreditamos fielmente que somos bons no que fazemos, que temos pessoas comprometidas e atletas que confiam em nosso trabalho, fica muito mais prazeroso.

Os bastidores são compartilhados por poucos, mas de extrema competência e que sabem resolver problemas com muita estratégia. Orgulho em ter feito história com o primeiro campeonato continental de Skyrunning da América do Sul e por ter proporcionado disputas de alto nível, em um percurso que, em minha opinião, é o melhor percurso de CORRIDA EM MONTANHA que temos. Ali tem muito planejamento, esforço, dedicação e conhecimento, além de um engajamento com a comunidade em trilhas espetaculares. Foi ÉPICO!

 

Ricardo Tourinho Beraldi – Organizador da Ultramaratona dos Perdidos

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