Por: Valmir Lana Jr.
Poderia assim dizer o que é a La Misión Brasil 2023, A MAIOR DO BRASIL! Mas digo isso não pelos, inéditos, 2600 atletas inscritos na prova, pois este número de atletas é somente o resultado de anos de planejamento, execução e uma vontade infinita de melhorar. Isso só é possível com a experiência adquirida e a confiança conquistada ano após ano.
Quando temos um evento em sua primeira edição e se tem muitos inscritos, isto, na verdade, é um baita perigo para o organizador, já entrar no mercado com um grande número de atletas sem passar por alguns anos de aprendizagem sobre a preparação específica, sobre onde deve ser mudado, onde pode melhorar e onde não deu certo é certeza de ter uma margem de risco do evento muito alta.
O que vivemos com a La Misión 2023 foi a consolidação de um trabalho que se iniciou lá em 2017, reestruturando a prova que em 2015 não foi boa, um 2016 vacante e o mais importante era o planejamento para os próximos 5, 10 anos da prova e focar em entregar o básico bem feito.
Então dizer que a La Misión Brasil é o maior do Brasil não é pelo número de atletas e sim pela consolidação do projeto que levou a números impressionantes e da mesma proporção a qualidade do evento em questão estrutural, organizacional e complexidade. A equipe La Misión Brasil, liderada por Paulo Lamin, foi exímia em todos os quesitos que avaliamos.
Estive (Valmir Lana Jr.) presente no evento e pude avaliar de forma completa tudo que aconteceu, desde a recepção, estrutura, planejamento de Cronograma, horários e até mesmo pontos de apoio, marcação, resgate em montanha, pude viver um pouco de tudo do evento.
Tudo no evento foi muito bem pensado, planejado e executado, inclusive no que diz respeito a comunicação e informação do evento. A organização não deu sopa para o azar e entregou muito mais informação do que qualquer um poderia precisar, em todos formatos, em todos canais, tudo estava de lambuja para qualquer um conseguir todas informações.
A cobertura do evento foi um show a parte, fico com um pesar grande de ver que a maioria dos eventos não fazem o mesmo, deveriam olhar para a La Misión e usar como exemplo de como trabalhar mídia e comunicação, haviam muitos, mas muitos mesmo Filmmakers por lá, cada um fazendo um tipo de trabalho, mídias, influencers, todos reunidos para fazer o que já é grande se tornar ainda maior para os próximos anos.
A arena foi muito bem planejada para que a cidade fosse o palco, não um só lugar, mas ambientes diferentes, funções distintas e uma só atmosfera, algo nunca antes vivenciado no Brasil, realmente imponente e bem pensado.
A programação do evento foi bem distribuída e completa, as largadas bem pensadas, inclusive adorei a largada dos 80k na sexta feira 9h da manha, possibilitou fazer a travessia da serra praticamente toda na luz do sol e pegar um entardecer de parar tudo e apreciar.
Quanto a marcação, PA’s (Pontos de Apoio), segurança e resgate foi impecável, por mais que seja uma prova essencialmente “autossuficiente”, ou seja, você é responsável por toda sua alimentação e hidratação, o evento ainda disponibilizou diversos pontos de apoio com um cardápio incrível, com opção para vegetarianos, intolerantes a lactose e glutem e até para veganos.
A competitividade foi incrível, os maiores nomes do Trail Nacional estava em Passa Quatro para competir em alguma das distâncias, inclusive com atletas estrangeiros. Vimos um show a parte de atletas locais como Wellington Noronha e João Luiz Silva, vencendo os 80 e 53km respectivamente, bem como todos atletas que conseguiram se superar e cruzar aquela, linda, linha de chegada ao som da voz inconfundível do maior locutor Trail do Mundo, Depa, reconhecido por ser a voz das principais provas trail do mundo, dividindo o microfone com a espetacular, Fabi e Sidney Togumi.
Foi a primeira vez que um evento privilegiou o público feminino, o conselho “Las Misioneiras” (podcast com Las Misioneiras CLIQUE AQUI)surgiu de uma demanda delas e a La Misión ouviu e aderiu a causa, foram várias ações para promulgar o trail no mundo feminino e com diversos benefícios, como absorventes nos PA’s, prova de 7km exclusiva para as mulheres, cobertura igualitária entre homens e mulheres, ou seja, a mesma atenção para ambos os sexos e tudo isso culminou com uma adesão massiva da mulherada na prova, quase dividindo a porcentagem de Homens e Mulheres nas provas.
Houve, inclusive, premiação robusta em dinheiro para os campeões, foram mais de 50mil reais em dinheiro e vale compras da Salomon.
Por falar em Salomon, preciso falar da sua atuação na produção do evento e como eles atuaram para transformar a La Misión no maior evento trail do Brasil. Não só a Salomon, mas todos patrocinadores e apoiadores, bem como a comunidade de Passa Quatro que abraçou o evento e nos recebeu muito bem. Voltando pra Salomon, eu posso falar pois vi de perto, eles estavam realmente empenhados em fazer um grande evento, trouxeram os atletas da marca, criaram a Vila Salomon, local para todos os atletas, inclusive estive hospedado por lá com o repórter da Revista, Wanderson Nascimento, além de todas ações que a marca proporcionou. Tenho que parabenizar a Carolline Gomes, Diretora de MKT da Salomon por ter feito um brilhante trabalho e por ter nos oportunizado tamanha experiência.
Em suma, como exposto acima, não é o número de atletas inscritos que faz um evento ser grande, no caso da La Misión Brasil, o maior, mas o conjunto de Planejamento, erros, acertos, melhoras, aprendizado, consistência, paciência, persistência, competência e visão. Fazendo jus ao mantra do Diretor do evento, Paulo Lamin, #NãoÉSóCorrer.
Parabenizo a toda organização na pessoa do Diretor, Paulo Lamin e meus parceiros de viagem, Fernando Biagioni e Eduardo Saliba, foi mais uma viagem incrível e que venham outras tantas.
Em 2024 estaremos lá novamente para registrar e CORRER este que é, sem dúvidas o MAIOR EVENTO DO BRASIL.